quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Comemoração de encerramento


O Melhor da Humanidade





"Segundo estimativas do Population Reference Bureau (PRB) , instituição que realiza pesquisas e análises de dados demográficos ... já nasceram desde o surgimento do Homo sapiens 108 bilhões de pessoas. ... o cálculo utilizado para chegar a este número é ...uma estimativa ..., pois envolve suposições dos tamanhos de população ..."


 já nasceram 108.000.000.000 de pessoas

A probabilidade de acertar na MEGASENNA com apenas um bilhete é de uma em 50.063.860 (cinquenta milhões, sessenta e três mil e oitocentos e sessenta) chances, ou arredondando...
1/50.000.000
Assim, apostar um bilhete para ganhar na MEGASSENA possui a possibilidade de vitória de 0,00000002%. Para pertencer à espécie humana no planeta a chance é de 0,000000000001%.
Comparando os dois números:
0,00000002%            - megassena
0,000000000001 %   - ser humano

Sobre a concepção...
"Parabéns, você é um vencedor. Já nasceu com essa condição. Para ser o que é, ganhou a primeira e a mais importante competição de toda a sua existência, uma disputa mais concorrida do que qualquer vestibular. Você contrariou estatísticas, desafiou regras matemáticas de probabilidade e zombou da sorte. Derrotou outros 300 milhões de concorrentes."
Ou seja, o nascituro superou a probabilidade de 0,0000000033%.



"O mundo tem cerca de 8,7 milhões de espécies de seres vivos, segundo uma nova estimativa descrita por cientistas como a mais precisa já feita."
Ou 0,0000001149% de pertencer à única espécie racional do planeta.



sociedade - evolução e civilizações
Evolução Humana - Características Peculiares:
Civilização - é o estágio mais avançado de determinada sociedade humana.
Idade Moderna e Idade Contemporânea.
Civilização Oriental e Civilização Ocidental.



 
- todo ser humano é a melhor especialização da natureza. 

---
"Melhor possível", lema dos lobinhos.

Ninguém é igual a ninguém. Todo o ser humano é um estranho ímpar. - Carlos Drummond de Andrade

O universo numa casca de noz, de Stephen Hawking.

"Grandes poderes trazem grande responsabilidade" - Tio Ben para Homem-Aranha.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Características de Viés

O que é Viés:

Viés é um substantivo masculino com origem no termo em francês biais, que significa oblíquo, esguelha, soslaio, ou classifica algo que tem direção oblíqua.

Em sentido figurado, viés representa um tendência ou propensão desvirtuada ou preconceituosa de observar ou de agir.
O adjetivo "enviesado" é formado através da palavra viés, qualificando alguma coisa que se encontra de viés ou torta.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Esquerda x Direita


Atualmente, apesar de alguns partidos se considerarem de Direita e outros de Esquerda, a maioria deles, no que diz respeito às suas posições em relações às questões da atualidade, são uma mistura entre os ideais de Direita e Esquerda.

Direita política
Direita é o termo utilizado para designar pessoas e grupos relacionados com ideais considerados liberais e conservadores, fazendo oposição à esquerda. Esse nome é devido ao fato de, no século XVIII, os conservadores sentarem à direita na Câmara. Com o passar do tempo o termo passou a referir às ideologias defendidas por este grupo. Os opositores da Direita a chamam, em sentido pejorativo, de “reacionária”, termo que faz referência aos que reagiram contra a Revolução Francesa. Os direitistas podem ser divididos em cinco tipos básicos: libertários, liberais, democratas-cristãos, conservadores e nacionalistas. Libertários e liberais são liberais em relação à Economia e aos costumes; os democratas-cristãos costumam ser liberais em relação à Economia, mas conservadores nos costumes; e os nacionalistas e os conservadores tendem a ser conservadores em ambos os pontos. A direita moderna tem como princípios principalmente a preocupação com os valores tradicionais, a defesa da lei e da ordem, a preservação dos direitos individuais e a restrição do poder do Estado, associada ao liberalismo, sendo que uma parte da direita rejeita as afirmações mais radicais dessa ideologia. Uma outra tendência da direita, geralmente associada à direita originária dos tempos monárquicos, apoia a manutenção do poder e da riqueza nas mãos que tradicionalmente os detiveram, num sistema com estabilidade social, ambição e solidariedade nacional.

Esquerda política
Na Ciência política, a esquerda é uma oposição(política), que implica apoio a uma mudança no enfoque social, do governo em exercício, com o intuito de criar uma sociedade mais igualitária. O termo surgiu durante a Revolução Francesa, em referência à disposição dos assentos no parlamento; o grupo que ocupava os assentos da esquerda apoiavam as mudanças radicais da Revolução. O termo esquerdista passou a definir vários movimentos revolucionários na Europa, especialmente socialistas, anarquistas e comunistas. O termo também é utilizado para descrever a social democracia e o liberalismo social (diferente do liberalismo econômico, considerado atualmente de direita). A partir da segunda metade do século XIX, a esquerda ideológica iria se referir cada vez mais a diferentes correntes do socialismo e do comunismo. Particularmente influente foi a publicação do Manifesto Comunista por Marx e Friedrich Engels em 1848, que afirmava que a história de todas as sociedades humanas existentes até então era a história da luta de classes. Ele previa que uma revolução proletária acabaria por derrubar a sociedade burguesa e, através da abolição da propriedade privada, criaria uma sociedade sem classes, sem Estado, e pós-monetária. Entretanto o conceito de esquerda política, não deve ser confundido com o de “esquerdismo”, termo usado por Lênin no ensaio Esquerdismo, doença infantil do comunismo (1920) para designar as correntes ligadas à Terceira Internacional – que defendiam a revolução pela ação direta do proletariado, sem a mediação de partidos políticos e sindicatos ou que recusavam a via parlamentar. Quase nenhum dos partidos de esquerda atualmente existentes é “esquerdista”, salvando as exeções, nesse sentido tornando apenas um lado de um todo a ser tomado por convensão, porque todos tem um pouco de direita e esquerda.


Política: O que é ser esquerda, direita, liberal e conservador?

Nas eleições presidenciais e estaduais de 2014, o Brasil assistiu a uma onda de discursos agressivos, especialmente nas redes sociais, que se dividiam em dois lados: os de esquerda e os de direita, associadas pela maioria aos partidos PT e PSDB, respectivamente.
Definir um posicionamento político apenas pelo viés partidário pode ser uma armadilha repleta de estereótipos, já que essa divisão binária não reflete a complexidade e contradições da sociedade. O fato é que não existe um consenso quanto a uma definição comum e única de esquerda e direita. Existem “várias esquerdas e direitas”. Isso porque esses conceitos são associados a uma ampla gama de pensamentos políticos.

Origem dos termos

As ideologias “esquerda” e “direita” foram criadas durante as assembleias francesas do século 18. Nessa época, a burguesia procurava, com o apoio da população mais pobre, diminuir os poderes da nobreza e do clero. Era a primeira fase da Revolução Francesa (1789-1799).
Com a Assembleia Nacional Constituinte montada para criar a nova Constituição, as camadas mais ricas não gostaram da participação das mais pobres, e preferiram não se misturar, sentando separadas, do lado direito. Por isso, o lado esquerdo foi associado à luta pelos direitos dos trabalhadores, e o direito ao conservadorismo e à elite.
Dentro dessa visão, ser de esquerda presumiria lutar pelos direitos dos trabalhadores e da população mais pobre, a promoção do bem estar coletivo e da participação popular dos movimentos sociais e minorias. Já a direita representaria uma visão mais conservadora, ligada a um comportamento tradicional, que busca manter o poder da elite e promover o bem estar individual. 
Com o tempo, as duas expressões passaram a ser usadas em outros contextos. Hoje, por exemplo, os partidários que se colocam contra as ações do regime vigente (oposição) seriam entendidos como “de esquerda” e os defensores do governo em vigência (situação) seriam a ala “de direita”. 
Para o filósofo político Noberto Bobbio , embora os dois lados realizem reformas, uma diferença seria que a esquerda busca promover a justiça social enquanto a direita trabalha pela liberdade individual. 
Após a queda do Muro de Berlim (1989), que pôs fim à polarização EUA x URSS, um novo cenário político se abriu. Por isso, hoje, as palavras ‘esquerda’ e ‘direita’ parecem não dar conta da diversidade política do século 21. Isso não quer dizer que a divisão não faça sentido, apenas que ‘esquerda’ e ‘direita’ não são palavras que designam conteúdos fixados de uma vez para sempre. Podem designar diversos conteúdos conforme os tempos e situações.
"Esquerda e direita indicam programas contrapostos com relação a diversos problemas cuja solução pertence habitualmente à ação política, contrastes não só de ideias, mas também de interesses e de valorações a respeito da direção a ser seguida pela sociedade, contrastes que existem em toda a sociedade e que não vejo como possam simplesmente desaparecer. Pode-se naturalmente replicar que os contrastes existem, mas não são mais do tempo em que nasceu a distinção", escreve Bobbio no livro "Direita e Esquerda - Razões e Significados de uma Distinção Política".
No Brasil, essa divisão se fortaleceu no período da Ditadura Militar, onde quem apoiou o golpe dos militares era considerado da direita, e quem defendia o regime socialista, de esquerda.
Com o tempo, outras divisões apareceram dentro de cada uma dessas ideologias. Hoje, os partidos de direita abrangem conservadores, democratas-cristãos, liberais e nacionalistas, e ainda o nazismo e fascismo na chamada extrema direita.
Na esquerda, temos os social-democratas, progressistas, socialistas democráticos e ambientalistas. Na extrema-esquerda temos movimentos simultaneamente igualitários e autoritários.
Há ainda posição de "centro". Esse pensamento consegue defender o capitalismo sem deixar de se preocupar com o lado social. Em teoria, a política de centro prega mais tolerância e equilíbrio na sociedade. No entanto, ela pode estar mais alinhada com a política de esquerda ou de direita. A origem desse termo vem da Roma Antiga, que o descreve na frase: "In mediun itos" (a virtude está no meio).
A política de centro também pode ser chamada de "terceira via", que idealmente se apresenta não como uma forma de compromisso entre esquerda e direita, mas como uma superação simultânea de uma e de outra.
...

Normalidade democrática é a concorrência efetiva, livre, aberta, legal e ordenada de duas ideologias que pretendem representar os melhores interesses da população: de um lado, a “esquerda”, que favorece o controle estatal da economia e a interferência ativa do governo em todos os setores da vida social, colocando o ideal igualitário acima de outras considerações de ordem moral, cultural, patriótica ou religiosa. De outro, a “direita”, que favorece a liberdade de mercado, defende os direitos individuais e os poderes sociais intermediários contra a intervenção do Estado e coloca o patriotismo e os valores religiosos e culturais tradicionais acima de quaisquer projetos de reforma da sociedade.
Representadas por dois ou mais partidos e amparadas nos seus respectivos mentores intelectuais e órgãos de mídia, essas forças se alternam no governo conforme as favoreça o resultado de eleições livres e periódicas, de modo que os sucessos e fracassos de cada uma durante sua passagem pelo poder sejam mutuamente compensados e tudo concorra, no fim das contas, para o benefício da população.
Entre a esquerda e a direita estende-se toda uma zona indecisa de mesclagens e transigências, que podem assumir a forma de partidos menores independentes ou consolidar-se como política permanente de concessões mútuas entre as duas facções maiores. É o “centro”, que se define precisamente por não ser nada além da própria forma geral do sistema indevidamente transmutada às vezes em arremedo de facção política, como se numa partida de futebol o manual de instruções pretendesse ser um terceiro time em campo.
Nas beiradas do quadro legítimo, florescendo em zonas fronteiriças entre a política e o crime, há os “extremismos” de parte a parte: a extrema esquerda prega a submissão integral da sociedade a uma ideologia revolucionária personificada num Partido-Estado, a extinção completa dos valores morais e religiosos tradicionais, o igualitarismo forçado por meio da intervenção fiscal, judiciária e policial. A extrema direita propõe a criminalização de toda a esquerda, a imposição da uniformidade moral e religiosa sob a bandeira de valores tradicionais, a transmutação de toda a sociedade numa militância patriótica obediente e disciplinada.
Não é o apelo à violência que define, ostensivamente e em primeira instância, os dois extremismos: tanto um quanto o outro admitem alternar os meios violentos e pacíficos de luta conforme as exigências do momento, submetendo a frias considerações de mera oportunidade, com notável amoralismo e não sem uma ponta de orgulho maquiavélico, a escolha entre o morticínio e a sedução. Isso permite que forjem alianças, alternadamente ou ao mesmo tempo, com gangues de delinqüentes e com os partidos legítimos, às vezes desfrutando gostosamente de uma espécie de direito ao crime.

Sobre ideologias, pesquise aqui.

Massacration



Raça e Etnia


Confira a postagem sobre Raça e a postagem sobre Etnia.


segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Formação do Povo Brasileiro


Uma só palavra ou teoria não seria capaz de abarcar todos os processos e experiências históricas que marcaram a formação do povo brasileiro. Marcados pelas contradições do conflito e da convivência, constituímos uma nação com traços singulares que ainda se mostram vivos no cotidiano dos vários tipos de “brasileiros” que reconhecemos nesse território de dimensões continentais.
A primeira marcante mistura aconteceu no momento em que as populações indígenas da região entraram em contato com os colonizadores do Velho Mundo. Em meio ao interesse de exploração e o afastamento dos padrões morais europeus, os portugueses engravidaram várias índias que deram à luz nossa primeira geração de mestiços. Fora da dicotomia imposta entre os “selvagens” (índios) e os “civilizados” (europeus), os mestiços formam um primeiro momento do nosso variado leque de misturas.
Tempos depois, graças ao interesse primordial de se instalar a empresa açucareira, uma grande leva de africanos foi expropriada de suas terras para viverem na condição de escravos. Chegando a um lugar distante de suas referências culturais e familiares, tendo em vista que os mercadores separavam os parentes, os negros tiveram que reelaborar o seu meio de ver o mundo com as sobras daquilo que restava de sua terra natal.
Isso não quer dizer que eles viviam uma mesma realidade na condição de escravos. Muitos deles, não suportando o trauma da diáspora, recorriam ao suicídio, à violência e aos quilombos para se livrar da exploração e elaborar uma cultura à parte da ordem colonial. Outros conseguiam meios de comprar a sua própria liberdade ou, mesmo sendo vistos como escravos, conquistavam funções e redes de relacionamento que lhes concediam uma vida com maiores possibilidades.
Não se limitando na esfera de contato entre o português e o nativo, essa mistura de povos também abriu novas veredas com a exploração sexual dos senhores sobre as suas escravas. No abuso da carne de suas “mercadorias fêmeas”, mais uma parcela de inclassificáveis se constituía no ambiente colonial. Com o passar do tempo, os paradigmas complexos de reconhecimento dessa nova gente passou a limitar na cor da pele e na renda a distinção dos grupos sociais.
Ainda assim, isso não impedia que o caleidoscópio de gentes estabelecesse uma ampla formação de outras culturas que marcaram a regionalização de tantos espaços. Os citadinos das grandes metrópoles do litoral, os caipiras do interior, os caboclos das regiões áridas do Nordeste, os ribeirinhos da Amazônia, a região de Cerrado e os pampas gaúchos são apenas alguns dos exemplos que escapam da cegueira restritiva das generalizações.
Enquanto tantas sínteses aconteciam sem alcançar um lugar comum, o modelo agroexportador foi mui vagarosamente perdendo espaço para os anseios da modernização capitalista. A força rude e encarecida do trabalho escravo acabou abrindo espaço para a entrada de outros povos do Velho Mundo. Muitos deles, não suportando os abalos causados pelas teorias revolucionárias, o avanço do capitalismo e o fim das monarquias, buscaram uma nova oportunidade nessa já indefinida terra brasilis.
Italianos, alemães, poloneses, japoneses, eslavos e tantos mais não só contribuíram para a exploração de novas terras, como cumpriram as primeiras jornadas de trabalho em ambiente fabril. Assim, chegamos às primeiras décadas do século XX, quando nossos intelectuais modernistas pensaram com mais intensidade essa enorme tralha de culturas que forma a cultura de um só lugar. E assim, apesar das diferenças, frestas, preconceitos e jeitinhos, ainda reconhecemos o tal “brasileiro”.

O polêmico ‘jeitinho’ brasileiro - Jornal El País


Os brasileiros possuem uma característica especial que poderia ser mal interpretada no exterior: parecem feitos de borracha. Explico: por exemplo, é difícil ficar bravo com um brasileiro. Nós, espanhóis, ao contrário, ficamos com raiva na primeira oportunidade e soltamos logo um: "E você pior ainda." O espanhol vai direto ao ponto. O brasileiro prefere a curva.
Custa mais aos brasileiros do que aos argentinos sair às ruas para protestar, por exemplo. Falta de caráter, como dizem alguns, ou antes sabedoria?
O jeitinho brasileiro, essa fórmula mágica e criativa para resolver os problemas cotidianos daqueles que não têm acesso ao poder, sempre me pareceu mais próxima a uma criatividade ancestral do que a uma incapacidade de querer encarar as coisas legalmente.
Muito se denegriu esse jeitinho, que na verdade não é nada mais do que, como escreveu alguém, a "saída para uma situação sem saída" e, portanto, com grandes doses de engenho que, segundo Sérgio Buarque de Holanda, é o que cunhou o brasileiro como "o homem cordial", que procura sempre agradar e que não aceita o impossível.
Talvez quem melhor tenha defendido o tão vilipendiado jeitinho brasileiro tenha sido a filósofa Fernanda Carlos Borges em sua obra A Filosofia do Jeito. Segundo ela, esse modo característico de conduta sobretudo do brasileiro pobre, mas que também contaminou os ricos, "não é a consequência de um atraso", como sempre foi dito, mas algo que antes revela "um critério ético e uma axiologia sobre um modo de ser no mundo que aceita a participação do imprevisível, da fragilidade, da afetividade e da invenção dentro da organização".
De fato, apenas quem sofreu durante séculos a força da opressão colonial, a herança maldita de uma escravidão que foi a última a desaparecer do globo (em 1888), cujos escravos foram abandonados à sua sorte, ou o que sofreu sobre seus ombros o peso de uma desigualdade sangrenta que ainda hoje é das maiores do mundo, é capaz de inventar esse jeitinho que de alguma forma o alivia das angústias cotidianas.
Os que sofreram uma contenda sangrenta sabem muito bem o que significa fazer economia de guerra, conformar-se com o essencial, procurar saídas à necessidade e inclusive à fome que só os que já sofreram são capazes de explicar. E só esses podem sentir melhor a sensação de redenção quando a fome começa a desaparecer.
Eu me lembro que, já adulto, depois de ter sofrido como criança as garras da Guerra Civil espanhola, eu continuava sonhando com um forno do qual saia um pão quente, máximo objeto de desejo nunca totalmente satisfeito em meus dias e noites de fome.
Os brasileiros mais pobres, que foram sempre maioria, aos quais não restava outra tábua de salvação senão o jeitinho, não podem hoje ser acusados de resignados por não se rebelar quando o poder ainda continua lhes negando às vezes até mesmo o essencial, como o viver numa sociedade com igualdade de direitos, onde se lhes conceda a todos o que precisam para ser cidadãos com dignidade.
Poderiam sair às ruas, como em outros lugares, dispostos a derrubar o poder de turno; poderiam aliar-se massivamente à desobediência civil. Há quem preconize, de fato, com uma imagem dura, que toda essa massa de pobres que se amontoa nas favelas ou vive na marginalidade, com salários que para Europa seriam ainda de fome, poderiam sair um dia de suas tocas e, como um exército de ratos vindos dos esgotos, ocupar a cidade rica, a dos privilegiados, a daqueles que não precisam de jeitinho para sobreviver porque lhes sobram recursos e apoios políticos e judiciais.
Não o farão porque os brasileiros levam em seu DNA a sabedoria de que é melhor "um pássaro na mão do que muitos voando".
E é esse pássaro na mão o que lhes dá hoje a sensação de estar melhorando, embora ainda submersos na classe do andar de baixo. O salário mínimo, com o qual qualquer político morreria de fome, é pouco, mas hoje, com seus pequenos aumentos anuais, é suficiente para que os que nunca tiveram nada possam começar a sonhar. Era o pedaço de pão duro que minha mãe me dava, que em espanhol tem um nome muito sonoro e depreciativo: mendrugo, aquele que se dava aos mendigos. Às vezes o mendrugo vinha acompanhado de um pedaço de toicinho, cujo colesterol hoje nos assusta mas que então era uma festa. Não sabíamos o que era o pernil que meu pai vendia quando matávamos o porco, para poder comprar remédios.
É possível que os brasileiros, pouco a pouco, como ocorreu nas manifestações de junho passado, comecem a tomar consciência, cada vez com mais força, de que melhor do que o jeitinho seria poder atuar como cidadãos com plenos direitos e deveres numa sociedade em que a lei funcione para todos.
Será, porém, um longo caminho. Hoje, dentro da realidade atual, com uma classe média que transladada à Europa ou aos EUA seria qualificada ainda como pobre, as pesquisas revelam, entretanto, que 68% dos brasileiros acreditam que seus filhos viverão melhor do que eles.
Isso me lembra o que os meteorologistas dizem sobre a temperatura ambiente, quando distinguem entre a temperatura real e a sensação térmica de frio ou calor, que pode ser muito diferente.
O brasileiro pobre sofreu tantos desencantos, tantas opressões por parte do poder, lhe foram oferecidas tão poucas oportunidades de sair do túnel da pobreza real, que hoje ele se agarra com facilidade e até com alívio a essa "sensação" de que as coisas estão melhorando, mais do que à sua realidade concreta.
É o que noto cada vez que me encontro e converso com essas pessoas da classe baixa. Elas inclinam a cabeça quando são lembradas dos abusos, da corrupção, da falta de decoro e sensibilidade daqueles que os governam desde a prefeitura da cidade até o mais alto poder, com um presidente do Senado, por exemplo, viajando de avião oficial às custas dos contribuintes, para fazer um transplante de cabelo. E explicam; "Nós sabemos muito bem disso, mas sempre foi assim". E perguntam: "E outros fariam diferente e melhor?", lembrando talvez que foram sempre enganados por todos. A história lhes ensinou de fato que os poderosos sempre usaram e abusaram de seu poder em proveito próprio.
Mas logo eles olham em volta e vêm estacionado na porta da sua casa o carrinho que sempre viram como um sonho proibido para eles, ou a sua mulher curtindo a novela numa televisão que puderam comprar a prazo e que é, inclusive, igual à do seu patrão, ou vêm com orgulho a filha frequentando uma faculdade online, embora continue trabalhando como faxineira.
Acham que isso lhes basta? Sabem muito bem que não; e à sua maneira continuarão lutando para que o forno de pão continue aceso e possam continuar comendo cada vez melhor, até iogurte, que era um sonho proibido como o pernil da minha infância.
E, por enquanto, na esperança de que essa corrente de melhorias que se inaugurou continue seu curso, põem em jogo a sabedoria de seus antepassados de que o melhor é não pedir ainda o impossível para não cair na armadilha de perder o possível. É um jeito de agir.
Os brasileiros não parecem inclinados a revoluções radicais e violentas talvez porque uma experiência de séculos e de povos vizinhos, lhes tenha ensinado que, no final, os poderosos saem sempre mais fortes delas e eles mais pobres e humilhados.
Não por acaso, apareceu numa sondagem nacional uma cifra quase cabalística que traz os políticos na cabeça: 66% dos cidadãos pede mudanças, mas ao mesmo tempo, a pessoa que está no poder dirigindo os destinos da nação, a presidenta Dilma Rousseff, aparece como favorita absoluta para as próximas eleições, enquanto que a oposição, que poderia hipoteticamente mudar a situação e fazer essas mudanças, não cresce nem é, de momento, objeto de grandes ilusões.
É como se dissessem: queremos mais, queremos melhor, mas preferimos que as coisas não se rompam totalmente, que continuem melhorando com segurança. Que haja mudanças, mas que sejam feitas pelos que já começaram a nos dar pão quente e algumas das outras coisas que sempre invejamos dos ricos.
Por isso, nem sequer nos inesperados protestos de junho, os brasileiros exigiram uma revolução, nem uma mudança de regime político, nem uma nova Constituição. Pediram apenas maior respeito por seus direitos e uma distribuição mais justa dessas riquezas que um país como o Brasil possui de modo privilegiado e que dariam para que todos pudessem viver numa casa digna de seres humanos, sem que as primeiras chuvas a arrastem como um papel de fumar; para poder se locomover em transportes públicos que não pareçam mais adequados para gado do que pessoas; ou que seus filhos possam estudar em escolas que não estejam classificadas entre as piores do mundo, ou poder se tratar em hospitais decentes sem meses de espera, o que hoje é privilégio de uns poucos.
De borracha? Incapazes de se indignar como eu mesmo cheguei a escrever neste jornal? Um dia a história nos revelará que os brasileiros, em sua aparente incapacidade para reagir diante da corrupção e da injustiça, o que mostram é uma grande capacidade de sabedoria e pragmatismo.
Uma sabedoria, entretanto, que os responsáveis políticos, os que hoje usam e abusam tantas vezes da paciência dos cidadãos, devem tratar com respeito, já que, do contrário, essa sabedoria poderia se revelar um vulcão que eles acreditavam definitivamente extinto, quando na verdade estava em erupção. E como alguém escreveu há séculos nada é mais perigoso e revolucionário do que "a ira dos mansos".
E junho volta a estar ali na esquina. E as ruas poderiam novamente se encher de descontentes. E, desta vez, se ocorresse, talvez já não víssemos o slogan que percorreu o mundo e que dizia: "Éramos infelizes felizes e não sabíamos". Hoje, os sábios e jeitosos brasileiros sabem que lhes falta muito ainda para serem verdadeiramente felizes e cidadãos de primeira categoria. Por isso, não lhes bastará ganhar a Copa do Mundo. Querem poder jogar e ganhar com outras bolas e em outros estádios. E querem fazê-lo de outro "jeito", exigindo aquilo que de verdade lhes pertence e que o poder lhes foi sistematicamente negando.

---
outras referências:
Roberto Damatta 

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Políticos



O Analfabeto Político, de Bertolt Brecht

Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo.
Nada é impossível de Mudar. Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo. E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural, nada deve parecer impossível de mudar.
Privatizado, privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar. É da empresa privada o seu passo em frente, seu pão e seu salário. E agora não contente querem privatizar o conhecimento, a sabedoria, o pensamento, que só à humanidade pertence.

Cultura de Massa

Chama-se de cultura de massa toda aquela ideia, perspectiva, atitude, imagem e outros fenômenos que são preferidos em um consenso comum, contendo o mainstream de uma dada cultura. O termo surgiu no século XIX, referindo-se originalmente à educação e cultura das classes mais baixas. O termo teve seu significado corrente estabelecido ao final da Segunda Guerra Mundial, especialmente nos Estados Unidos. A forma abreviada do termo, “pop culture”, data da década de 1960.
A cultura popular é normalmente vista como algo trivial, e é mais simples para alcançar a aceitação consensual da maioria.

Cultura de massa e a indústria cultural

Os termos “cultura de massa” e “indústria cultural”, tecnicamente, representam a mesma coisa para a história. Cultura de massa, ou indústria cultural, é tudo aquilo que é produzido com objetivo de atingir a massa popular, e que são disseminados pelos veículos de comunicação de massa.
Theodor W. Adorno e Max Horkheimer, dois filósofos alemães da Escola de Frankfurt, foram responsáveis pela criação do termo Indústria Cultural. Sofreram perseguição por serem judeus, e se refugiaram nos Estados Unidos.

Contexto histórico

A cultura de massa veio com o nascimento do século XX e dos novos meios de comunicação que ficaram sob o domínio da massa. O cinema, rádio e a televisão ganharam destaque e homogeneizaram os padrões da cultura. Produto de uma atividade econômica de larga escala, está vinculada inevitavelmente ao capitalismo industrial, acabando desta forma por oprimir as demais culturas, buscando os gostos culturais da massa para aumentar vendas. Noam Chomsky considera este tipo de dominação como uma forma de totalitarismo, afirmando que “a propaganda significa para a democracia o mesmo que o porrete significa para o estado totalitário”, que a massificação da cultura ocorre apenas servindo aos interesses econômicos.

A cultura popular

Alheia aos contextos institucionalizados, a cultura popular produzida foi um dos objetos dessa repressão. O popular era o alternativo à massa, mas a indústria cultural, posteriormente, percebeu que poderia absorver os antagonismos ao invés de combatê-los, atingindo dessa forma a hegemonia. Elevariam para seu próprio nível de difusão qualquer manifestação cultural, tornando-a efêmera e desvalorizada. Aquilo que antes era censurado, agora estaria fazendo parte desta produção.
A cultura popular que antes era recriminada por ser de baixa qualidade ou de mau gosto, passou a ser deixada de lado quando usa-se o argumento mercadológico de que “isto não vende mais”. O maior feito dessa alteração para a cultura de massa, foi transformar todos em consumidores, ou seja, de acordo com a lógica iluminista, fazer com que sejam livres para consumir tudo que desejarem. Pode, no entanto, haver o popular (produto da cultura popular) que não seja popularizado, ou seja, que não venda bem, e também o popularizado que não seja popular, sendo um produto que vende bem mas que é de origem elitista.

Onde os fracos não tem vez - Zumbis do Espaço



quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Gravidez na Adolescência

A gravidez na adolescência consiste na gravidez de uma adolescente. Apesar de a Organização Mundial de Saúde considerar a adolescência como um período de dez a vinte anos na vida de um indivíduo, cada país especifica a idade em que seus cidadãos passam a ser considerados adultos (a chamada maioridade legal). Como fator fundamental para a ocorrência da gravidez, está a ocorrência da menarca, o primeiro período menstrual, que ocorre próximo aos 10, 15 anos, embora este valor varie de acordo com a etnia e o peso. A média de idade da ocorrência da menarca tem diminuído como o passar dos anos.

Mundialmente, as taxas de gravidez na adolescência varia entre 143 para 1000 na África subsaariana, a 2,9 para 1000 na Coreia do Sul. No Estado de São Paulo, desde o final dos anos 1990, houve uma redução na fecundidade adolescente. Dados da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados indicam uma redução de 20% na taxa de fecundidade das mulheres de 15 a 19 anos, no primeiro quinquênio dos anos 2000.

A gravidez na adolescência envolve muito mais do que problemas físicos, pois há também problemas emocionais, sociais, entre outros. Uma jovem de 14 anos, por exemplo, não está preparada para cuidar de um bebê, muito menos de uma família. Entretanto, o seu organismo já está preparado para prosseguir com a gestação, já que, a partir do momento da menstruação, a maturidade sexual já está estabelecida. Outra polêmica é o de mães solteiras: por serem muito jovens, os rapazes e as moças não assumem um compromisso sério e, na maioria dos casos, quando surge a gravidez, um dos dois abandona a relação sem se importar com as consequências. Este é apenas um dos motivos que fazem crescer, consideravelmente a cada ano, o número de pais e mães jovens e solteiros.

Alguns especialistas afirmam que, quando a escola promove explicações e ações de formação sobre educação sexual, há uma baixa probabilidade de gravidez precoce e um pequeno índice de doenças sexualmente transmissíveis. É importante que, quando diagnosticada a gravidez, a adolescente comece o pré-natal, receba apoio da família e do seu contexto social e tenha auxílio, acompanhamento psicológico e obstetra adequados à situação.

Pré-Natal

O pré-natal à adolescente inclui atendimento médico, psicológico, social e odontológico com atividades em grupos de gestantes, acompanhantes, aleitamento materno cuidados com os bebês na puericultura – reforçou o autocuidado e desenvolveu criatividade na solução dos problemas enfrentados pelas jovens mães. O atendimento humanizado e de qualidade no pré-natal, no parto e no puerpério é fundamental para diminuir esses agravos. É importante, ainda, a inclusão de medidas de prevenção à síndrome da imunodeficiência adquirida e a sua mãe e promoção da saúde, em vez da assistência estritamente biológica e curativa. Principalmente, é importante que a adolescente seja informada de seus direitos, como o de ter acompanhante de sua escolha durante toda a gestação e durante o trabalho de parto, no parto e no pós-parto (Estatuto da Criança e do Adolescente e Lei 11 108).

A unidade básica de saúde pode conduzir a assistência pré-natal da adolescente que não for caracterizada de alto risco, e realizar toda a rotina de consultas de pré-natal como também a solicitação de exames laboratoriais, imunizações e procedimentos técnicos.
Riscos

    Maior possibilidade de parto prematuro (menos de 37 semanas);
    Maior possibilidade de cesárea;
    Maiores possibilidades de aborto espontâneo;
    Maiores possibilidades de má-formações;
    Maior possibilidade de baixo comprimento (menos de 45 centímetros e 2,5 kg);
    Maiores problemas de desenvolvimento.

Métodos Contraceptivos

Espermicida

Espermicida é um produto, uma espécie de gel, comprado em farmácias sem a necessidade de receitas médicas e utilizado para matar ou imobilizar os espermatozóides evitando que eles cheguem ao óvulo. É aplicado na vagina pouco antes da relação sexual, mas não oferece o mesmo grau de proteção que a camisinha, por exemplo. O ideal é que seja usado junto com a camisinha aumentando assim sua eficácia.

Diafragma

...É um objeto côncavo, arredondado e de bordas, feito de borracha flexível. Para utilizá-lo é necessário aplicar-lhe o espermicida e em seguida inseri-lo no canal vaginal. Ele funciona como uma barreira de proteção do útero.

Camisinha

É o método contraceptivo mais seguro chegando a oferecer 90% de segurança em relação a gravidez. Além da gravidez previne também todo tipo de doença sexualmente transmissível. Além disso, pode ser utilizada tanto pelo parceiro (camisinha masculina) quanto pela parceira (camisinha feminina). Outra vantagem é que sua aquisição é fácil. Tanto pode ser adquirida gratuitamente nos postos de saúde como comprada a um preço módico em supermercados e farmácias. O único cuidado que deve ser tomado é o de observar se o produto tem o selo do imetro e se está dentro da data de validade.
 
Pílulas anticoncepcionais

Um dos métodos contraceptivos mais populares as pílulas ocupam o primeiro lugar no ranking dos métodos mais usados pelas meninas. Isso acontece, primeiro porque sua fama de método seguro é grande, segundo porque o acesso a esse produto também é muito fácil. Embora isso seja errado a maioria das farmácias não pede receita médica no ato da compra e muitas mulheres fazem uso desse medicamento sem orientação médica. É importante salientar que essa atitude não deve ser cultivada. O uso de qualquer medicamento por iniciativa própria é arriscado à saúde. As pílulas costumam provocar efeitos colaterais como aumento ou redução de peso, dores de cabeça, náuseas, tonturas, entre outros.
 
Outras alternativas

Além desses há ainda um método contraceptivo que não é adequado à adolescência. É o DIU (Dispositivo Intra Uterino). Trata-se de um mecanismo depositado, apenas pelo médico, no útero da mulher e que deve ser acompanhado pelo menos de 6 em 6 meses pelo ginecologista.


Não resta dúvida então que o melhor remédio para não engravidar é prevenir, certo? Porém, se algo deu errado há um método contraceptivo de urgência: trata-se da “pílula do dia seguinte”. É um medicamento que deve ser usado quando, por acidente, falham os outros métodos. Importante: apenas em casos extremos. Não dá para ser irresponsável e sair por aí transando sem proteção e tomando a pílula toda vez que transa. A eficiência do uso da “pílula do dia seguinte” está relacionada com o tempo que leva entre a transa e a ingestão do medicamento. Quando mais cedo for tomada maior sua eficácia. Seu uso errado pode ser prejudicial a gravidez, por isso deve ser orientado pelo médico.

Fonte (com alterações) 

Muitas meninas utilizam o método da tabelinha, coito interrompido e ate mesmo da “duchinha”, mas é comprovado que não se trata de métodos confiáveis e que é possível ocorrer uma gravidez quando utilizados, portanto a utilização desses métodos deve ser como complemento de métodos seguros como os acima citados....

 Sugestão de leitura: blog Gravidez na Adolescência

DST - Doenças Sexualmente Transmissíveis

Fonte

O que são DST?

As doenças sexualmente transmissíveis (DST) são doenças causadas por vírus, bactérias ou outros micróbios que se transmitem, principalmente, através das relações sexuais sem o uso de preservativo com uma pessoa que esteja infectada, e geralmente se manifestam por meio de feridas, corrimentos, bolhas ou verrugas.
Algumas DST podem não apresentar sintomas, tanto no homem quanto na mulher. E isso requer que, se fizerem sexo sem camisinha, procurem o serviço de saúde para consultas com um profissional de saúde periodicamente. Essas doenças quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir para complicações graves, como infertilidades, câncer e até a morte.
Usar preservativos em todas as relações sexuais (oral, anal e vaginal) é o método mais eficaz para a redução do risco de transmissão das DST, em especial do vírus da Aids, o HIV. Outra forma de infecção pode ocorrer pela transfusão de sangue contaminado ou pelo compartilhamento de seringas e agulhas, principalmente no uso de drogas injetáveis. A Aids e a sífilis também podem ser transmitidas da mãe infectada, sem tratamento, para o bebê durante a gravidez, o parto. E, no caso da Aids, também na amamentação.
O tratamento das DST melhora a qualidade de vida do paciente e interrompe a cadeia de transmissão dessas doenças.

Quais são as DST?

Aids
Cancro mole
Clamídia e Gonorreia
Condiloma acuminado (HPV)
Doença Inflamatória Pélvica (DIP)
Donovanose
Hepatites virais
Herpes
Infecção pelo Vírus T-linfotrópico humano (HTLV)
Linfogranuloma venéreo
Sífilis
Tricomoníase
Obs.: Clique nos links acima para visualizar maiores informações sobre cada DST.

As DST são graves?

As doenças sexualmente transmissíveis (DST) são um grave problema de saúde pública porque:
· Facilitam a transmissão sexual do HIV (vírus da AIDS);
· Quando não diagnosticados e tratados a tempo, podem levar a pessoa portadora a ter complicações graves e até à morte;
· Algumas DST, quando acometem gestantes, podem provocar o abortamento ou o nascimento com graves malformações.

Quais as conseqüências das DST?

Quando não tratadas adequadamente, as DST podem causar sérias complicações, além do risco de pegar outras DST, inclusive o vírus da AIDS. Essas complicações podem ser:
· Esterilidade no homem e na mulher (a pessoa não pode mais ter filho);
· Inflamação nos órgãos genitais do homem, podendo causar impotência;
· Inflamação no útero, nas trompas e ovários da mulher, podendo complicar para uma infecção em todo o corpo, o que pode causar a morte;
· Mais chances de ter câncer no colo do útero e no pênis;
· Nascimento do bebê antes do tempo ou com defeito no corpo ou até mesmo a sua morte na barriga da mãe ou depois do nascimento.

Como fazer o tratamento das DST?

Cada DST tem um tipo de tratamento e só o profissional de saúde poderá avaliar a fazer essa indicação corretamente. Fazer o tratamento certo é:
· Só tomar remédio indicado pelo serviço de saúde;
· Tomar o remédio na quantidade certa, nas horas certas e até o fim, mesmo que os sintomas e sinais tenham desaparecido;
· Evitar relação sexual nesse período e, se não der para evitar, só manter relações usando camisinha;
· Voltar ao serviço de saúde ao terminar o tratamento, para fazer a revisão (controle de cura). E as mulheres, para fazerem também o exame preventivo do câncer de colo do útero (o médico dirá se esse exame pode ser realizado);
·Levar o parceiro sexual para ser tratado também.

Como fazer a prevenção das DST?

· A melhor forma de prevenir a transmissão das DST é usar sempre e corretamente a camisinha em todas as relações sexuais;
· Não compartilhar agulhas e seringas com outras pessoas;
· No caso de necessitar receber uma transfusão de sangue, exija que ele seja testado para todas as doenças que podem ser transmitidas pelo sangue.

Live and let die - Guns´n Roses e Paul McCartney



Narração - Igualdade entre homens e mulheres

- trabalho escrito;
- narração: - com título;
                  - 10 linhas no mínimo;
                  - com diálogos.
- estrutura: - introdução (início da trama);
                  - desenvolvimento (do personagem ou da história);
                  - quebra de continuidade, reviravolta;
                  - solução;
                  - conclusão.
- conteúdo: - utilize algum questionamento levantado no texto deste link.

Data de entrega: 06/10/2016

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Homens e mulheres: iguais ou diferentes?

Meninos gostam de carrinhos, meninas gostam de bonecas. Esses gostos são facilmente explicáveis pela cultura; afinal, desde que nascem as crianças são estimuladas pela sociedade a adotarem o comportamento típico de seu gênero. Será então que as meninas brincam de boneca e os meninos de carrinho porque são dados a eles esses brinquedos?
Se eles vivessem em um mundo sem diferenciação, em que pais não estimulassem seus filhos a brincar de certas formas e com determinados brinquedos, o que aconteceria?

Antes de responder à questão, gostaríamos que você imaginasse o seguinte experimento. Suponha que pesquisadores dessem a macacos fêmeas e machos brinquedos humanos, tais quais bonecas, carrinhos e livros. O que você acha que aconteceria?

Esse experimento foi feito. Pesquisadores deram esses brinquedos a 44 macacos-vervet machos e 44 fêmeas e depois avaliaram as suas preferências por cada brinquedo, medindo quanto tempo passavam com cada um. As análises estatísticas demonstraram que os machos mostraram um interesse significativamente maior pelos brinquedos considerados masculinos e as fêmeas, pelos femininos. E os dois sexos não demonstraram diferenças na preferência pelo livro (Miller & Kanazawa, 2007).

O velho domínio masculino
De acordo com uma história antiga o homem foi feito primeiro por Deus e a mulher era apenas parte de seu corpo, mais precisamente sua costela. A grande ironia nessa história é que a Biologia moderna mostrou que o default do programa genético fetal é o desenvolvimento de um corpo feminino, ou seja, se seis semanas após a concepção o cromossomo Y não desencadear uma certa proteína, um feto feminino será gerado automaticamente (Pinel, 2005). Sim, nesses termos, é como se o homem saísse da “costela” da mulher.

A lenda bíblica revela a supremacia masculina que têm ocorrido há tempos, em que homem é sinônimo de ser humano. O feminismo do século passado foi uma reação a esse domínio, e graças a esse movimento e a outras mudanças sociais as mulheres alcançaram grandes conquistas. Junto com tudo isso, porém, surgiu uma tendência que continua até hoje: a de se negar as diferenças entre homens e mulheres. As únicas diferenças que não estão envolvidas em polêmicas acaloradas são as que se referem aos aparelhos genitais.

A negação da natureza humana
O gênero de um indivíduo é uma de suas dimensões mais essenciais. Trata-se da primeira característica que notamos em outro indivíduo, e isso nos fornece modos de nos comportar frente ao outro. Cada gênero tem uma forma de se vestir, de agir, de se relacionar e ele é um referencial para a nossa identidade. Tamanha é esta importância, não se limitando somente à nossa cultura, que em grande quantidade dos idiomas da Terra os pronomes são declinados com base no gênero do substantivo ao qual se referem. Em todas as culturas humanas, homens e mulheres são vistos como possuidores de naturezas diferentes.
Todas as culturas dividem o trabalho por sexo, com mais responsabilidade pela criação dos filhos para as mulheres e mais controle das esferas pública e política para os homens. Essa divisão de trabalho emergiu mesmo em uma cultura em que todos haviam se comprometido a erradicá-la, os kibutzim israelenses (Pinker, 2004). Dada tão grande influência seria de se esperar que as ciências do homem, sejam as sociais ou as da saúde, se ocupassem grandemente com o estudo das particularidades de cada sexo.

Surpreendentemente durante grande parte do século XX, em que as ciências em geral se desenvolveram de forma nunca vista na história da humanidade, não só os estudos das diferenças entre gênero foram raros como muito esforço foi feito no sentido de provar que tais diferenças eram somente de ordem cultural e que, por esse motivo, poderiam (e deveriam) ser eliminadas. A “negação contemporânea da natureza humana” (Pinker, 2004) encontra terreno fértil no campo dos gêneros.

Evidências
Falar em genes e biologia com relação às diferenças comportamentais entre os sexos foi, por muito tempo, uma heresia. Todas as supostas diferenças entre meninos e meninas seriam devidas à criação, a uma sociedade machista que faria imposições comportamentais de modo que a dominação masculina continuasse. Contudo, diversos estudos mostram que muitas das diferenças comportamentais dos sexos podem ser devidas a nossa natureza.

As diferenças entre meninos e meninas já aparecem no primeiro dia de vida. Simon Baron-Cohen e colegas realizaram um experimento com bebês de um dia de idade. Apresentaram simultaneamente a fotografia do rosto de uma mulher e um móbile mecânico a 102 bebês recém-nascidos, sem saber o sexo de cada um. Isso foi filmado e uma comissão julgadora avaliou em qual objeto cada bebê prestou mais atenção, e somente depois de tudo foi revelado o sexo dos bebês. A análise mostrou que mais meninos preferiram olhar para o móbile mecânico e as meninas, para o rosto (Miller & Kanazawa, 2007).

Experiências realizadas com crianças de aproximadamente dois anos demonstram que, nessa idade, o individuo não tem a noção exata dos estereótipos. Quando questionado a respeito de quais brinquedos são classificados como de meninas ou de meninos, ele não é capaz de identificar carrinho como sendo de garoto ou boneca como sendo de garota. Mas quando questionado a respeito de sua preferência, a menina escolhe bonecas e o menino escolhe carrinhos (Baron-Cohen, 2003).

Pesquisas mostram o que o senso comum já sabia: que os homens demonstram maior tendência a realizarem sexo casual, ou seja, sexo sem envolvimento afetivo prévio. A maioria dos homens também desejara ter um número maior de parceiras sexuais, teria um maior desejo por variedade sexual (Varella, 2007).

Além disso, temos o experimento citado no início, que revela que as diferenças entre os sexos são compartilhadas pelos macacos. Os macacos do experimento não foram socializados por humanos e jamais haviam visto aqueles brinquedos antes. Se as diferenças entre os sexos fossem apenas culturais, deveriam variar muito conforme a sociedade e a espécie, e não é o que os estudos revelam.Em todas as sociedades humanas conhecidas, e entre muitas espécies, principalmente entre os mamíferos, os machos são, em média, mais agressivos, violentos e competitivos, e as fêmeas, em média, mais sociáveis, atenciosas e dedicadas à criação, nutrição e educação (Pinker, 2004; Miller & Kanazawa, 2007).

Isso significa que nada é cultural?
Voltando à pergunta do início, meninos brincam de carrinho e meninas de boneca porque são dados a eles esses brinquedos? A resposta é sim. Porém são dados a eles esses brinquedos porque gostam deles. Os pais provavelmente mais reagem aos gostos das crianças do que os causam (Baron-Cohen, 2003).

Além disso, a oposição entre natureza e criação é falsa. A criação reforça a natureza. Não é possível afirmarmos que a sociedade é a única responsável pelo fato de que meninos e meninas diferem significativamente entre si. Causa e efeito são provavelmente circulares. As pessoas tanto gostam de fazer aquilo em que elas acham que são boas como são boas no que gostam de fazer (Ridley, 2003).

[Meninos] gostam mais de brinquedos, armas, competição e ação do que bonecas, romance, relacionamentos e famílias. É claro que eles não vêm ao mundo com todas essas preferências plenamente formadas, mas nascem com alguma preferência inefável a se identificarem com coisas de meninos. Isso é o que a psicóloga infantil Sandra Scarr chamou de “escolha de nicho”: a tendência de escolher a criação que é adequada a sua natureza (Ridley, 2003, p. 80-81).

Portanto, a resposta à questão “as diferenças entre homens e mulheres são culturais?” é sim. Mas não só. O problema não está em admitir o papel da cultura, que é óbvio, o problema é negar o papel da nossa biologia.

Falácias
A polêmica em torno dos estudos com base genética/cerebral/biológica envolve muitas concepções equivocadas. A primeira delas já vimos, que é colocar natureza e criação como excludentes. Outras envolvem falácias que concernem ao “ser” e ao “dever ser”.

Será que o que é natural é necessariamente bom? A falácia naturalista, termo cunhado pelo filósofo inglês George Edward Moore no início do século XX, embora tenha sido identificada bem antes por Hume, é o salto do ser para o dever ser, ou seja, a tendência a acreditar que o que é natural é bom; que o que é deve ser. Por exemplo, pode-se cometer o erro da falácia naturalista e dizer: “Como as pessoas são geneticamente diferentes e dotadas de diferentes habilidades e talentos inatos, elas devem ser tratadas de forma diferente” (Miller & Kanazawa, 2007).

Já a falácia moralista é o oposto da falácia naturalista. Refere-se ao salto de dever ser para o ser, a alegação de que o modo como as coisas deveriam ser é o modo como são. É a tendência de acreditar que o que é bom é natural; o que deve ser é. Por exemplo: “Como todos devem ser tratados igualmente, não existem diferenças genéticas inatas entre as pessoas”. Ridley a chama de falácia naturalista reversa.

Tanto a falácia naturalista quanto a moralista estão envolvidas na negação das diferenças entre homens e mulheres. No primeiro caso, negam-se estudos de base genética porque há um grande medo de que se for confirmado que existem diferenças naturais entre os sexos, logo é correto tratá-los de forma diferente. No segundo caso, negam-se estudos de base genética porque não pode haver diferença genética alguma, já que todos devem ser tratados igualmente. De acordo com Miller & Kazanawa (2007) a falácia moralista tem sido um problema muito maior do que a falácia naturalista em discussões acadêmicas.

Estereótipos
Os estudos também são rechaçados por se considerar que fortalecem estereótipos.
Não se pode descartar uma observação por considerá-la um estereótipo - como se isso, repentinamente, a tornasse uma inverdade, que não merece discussão ou explicação. Muitos estereótipos são generalizações empíricas com uma base estatística e por isso, em média, tendem a ser verdadeiros. O único problema com estereótipos e generalizações empíricas é que eles nem sempre são verdadeiros para todos os casos individuais. Sempre existem exceções individuais para estereótipos. Existem muitos pais dedicados e mulheres criminosas, mesmo que as generalizações ainda sejam verdadeiras.

O perigo está na aplicação das generalizações estatísticas a casos individuais, que podem ou não ser exceções (Miller & Kazanawa, 2007).

As generalizações sobre um sexo sempre serão falsas para muitos indivíduos (Pinker, 2004).

Os estudos normalmente se referem a médias, isso significa situar um grupo, e não um indivíduo em particular. Muitas pessoas não se encaixam nas médias, e isso não é algo condenável. Ninguém tem a obrigação de se ajustar aos parâmetros médios do seu gênero.

Diferença e desigualdade
Outra noção corrente é a de que homens e mulheres somente terão direitos iguais se forem exatamente iguais. Em última instância, ninguém é igual. As pessoas da mesma idade, da mesma classe econômica, da mesma cidade podem ser parecidas, mas exatamente iguais não são. Nem mesmo gêmeos idênticos são idênticos em seus traços de personalidade, no modo de se vestir, nos gostos, nas crenças etc. A singularidade é uma regra entre os humanos. E apesar disso, existem várias leis que concernem a grupos, como idosos, crianças, motoristas, mulheres, aposentados etc.

Isso se relaciona com a idéia de que a diferença implique necessariamente em desigualdade. Não se pode achar que escondendo ou negando as diferenças é que a igualdade será conquistada. A afirmação de que existe diferença entre as pessoas não é contraditória com a igualdade de direitos, pois todos somos diferentes. Essa onda de negação das pesquisas sobre homens e mulheres é uma tentativa de se evitar que a igualdade não seja conquistada. Todavia, não é suprimindo diferenças e nem forçando uma igualdade de comportamento que se conquista a igualdade de direito e de respeito. Forçar uma igualdade de comportamento é que é cruel.

Os estudos das diferenças não afirmam que os atributos típicos de um dos gêneros sejam intrinsecamente superiores aos do outro. É um equívoco comum acreditar que as conclusões de estudos fornecem uma base para a discriminação, afirmando qual sexo é melhor e qual é pior. Estudar as diferenças comportamentais entre homens e mulheres não acarreta, necessariamente, discriminação. As pesquisas sérias não são feitas com esse intuito. As áreas das ciências cognitivas, das neurociências, e até mesmo da medicina, por exemplo, têm avançado muito nos últimos anos no estudo das diferenças entre homens e mulheres, tanto no que diz respeito ao comportamento quanto à anatomia, mecanismos neuronais, influências hormonais, entre outros. Tais avanços promovem mudanças no sentido de tratar os corpos de homens e mulheres mais de acordo com as suas singularidades.

O medo, evidentemente, é que diferença implique desigualdade – de que se os sexos diferem em qualquer aspecto, os homens teriam de ser melhores, ou mais dominantes, ou ficar com toda a diversão (Pinker, 2004).

Um sexo nunca será melhor que o outro e, embora um sexo possa ser melhor em determinado ramo de habilidades, isso de maneira nenhuma serve para generalizar, julgando-o como superior. Algumas pessoas consideram que exaltar as diferenças entre gêneros diminui as mulheres, entretanto achar que as características típicas dos homens são melhores que as das mulheres é o maior machismo de todos.

Além disso, homens e mulheres são muito mais semelhantes do que diferentes. Não somos idênticos, mas

Homens e mulheres possuem todos os mesmo genes, com exceção de um punhado no cromossomo Y, e seus cérebros são tão semelhantes que é preciso um neuanatomista com olho de águia para enconstrar as pequenas diferenças entre eles. Seus níveis médios de inteligência são iguais, segundo as melhores estimativas psicométricas, e eles usam a linguagem e pensam sobre o mundo físico e vivo da mesma maneira geral. Sentem as mesmas emoções básicas e ambos gostam de sexo, buscam parceiros conjugais inteligentes e gentis, sentem ciúme, fazem sacrifícios pelos filhos, competem por status e parceiros sexuais e às vezes cometem agressão ao se empenhar por seus interesses (Pinker, 2004).