segunda-feira, 6 de março de 2017

pergunta:

Qual a Fronteira do Pensamento?


conheça o Efeito Forer.

Razão e emoção são interdependentes


Diante de uma decisão, é melhor seguir a lógica ou o coração? Como veremos, o melhor é perceber que estas experiências são interdependentes...

Recentemente, ao ler o livro "O Momento Decisivo", o funcionamento da mente humana no instante da escolha, de Jonah Lehrer (Ed. Best Business) esclareci uma suspeita antiga: a de que nós, seres humanos, somos emocionais por excelência! A neurociência está nos provando que a idéia de que somos seres racionais era falsa...

Desde os tempos da Grécia antiga, afirmava-se que a qualidade que torna o ser humano superior aos outros animais é a sua habilidade de racionalizar. Creio que até aí tudo iria bem se não fossem os preconceitos que se criaram em relação à sua natureza emocional.

Platão, no século IV a.C, apregoava que o homem deveria suprimir sua sensibilidade, suas emoções, pois elas o impedem de agir moralmente, ou seja, racionalmente. Para ele, filosofar era agir puramente de forma racional!

Esta forma de pensar ganha uma nova força na França, no século XVII, com René Descartes, considerado o primeiro filósofo moderno. Ao contrário dos gregos antigos, que acreditavam que as coisas são simplesmente porque são, Descartes instituiu a dúvida: só se pode dizer que existe aquilo que puder ser provado, sendo o ato de duvidar indubitável. Assim, surgiu sua famosa frase: "Penso, logo existo". Mais uma vez o homem é estimulado a pensar, verificar, analisar, sintetizar, enumerar, e para tanto era preciso deixar as emoções de lado.

O ponto é que nosso cérebro emocional vem sendo depreciado no Ocidente há mais de dois mil e quatrocentos anos! As nossas emoções foram se transformando numa espécie de bode expiatório de todas as más decisões tomadas.

Desta forma, crescemos aprendendo a abafar nossas emoções, quer dizer, de uma forma ou de outra, nos foi ensinado que as emoções não eram confiáveis! Na hora de tomar uma decisão, nos era sempre recomendado: "Pense bem, controle suas emoções, seja superior a elas!"

Mas, esta idéia de que as emoções deviam ser deixadas de lado foi por água a baixo, em 1982, pelo neurocientista português Antonio Damásio, com seu paciente chamado Elliot.

Elliot havia extraído um pequeno tumor do córtex cerebral. Apesar de estar fisicamente bem e seu QI não sofrer alterações, passou a ter um comportamento um tanto limitador: não conseguia tomar decisões. Desde as tarefas mais rotineiras como escolher que roupa iria vestir. O fato é que sua vida ficou totalmente arruinada: perdeu o emprego e sua mulher pediu o divórcio.

Damásio notou que Elliot estava emocionalmente distante de tudo e todos, assim como de si próprio. Sua fala era calma, porém, indiferente. Não demonstrava qualquer sentimento de frustração, impaciência ou tristeza. Surpreendido, Damásio questionou a premissa da racionalidade humana, isto é, de que uma pessoa sem emoções seria capaz de tomar as melhores decisões!

Foi, então, com base no estudo deste doente e de muitos outros, que Damásio começou a compilar um "mapa do sentimento", localizando as áreas específicas do cérebro que são responsáveis pela geração de emoções. "Um cérebro que não consegue sentir, não pode decidir", concluiu.

Aproximar-se e reconhecer os próprios sentimentos e os dos outros, assim como a capacidade de lidar com eles e expressar as emoções é uma forma de desenvolvermos nossa inteligência emocional: saber reconhecer e validar sentimentos e pensamentos presentes nas escolhas e decisões.

Muitas vezes usamos de um mecanismo de defesa chamado racionalização, para não encarar os problemas de frente: criamos desculpas racionais para nossas dificuldades emocionais. Uma maneira fácil para distinguirmos se estamos tendo um pensamento racional, ou fazendo uma racionalização, é notar a diferença entre os dois: o pensamento racional busca "razões boas" enquanto que a racionalização cria "boas razões"...

Ao sentir nossos sentimentos, aumentamos a consciência dos estados sensível de nossa mente. Este é um processo íntimo que requer uma atitude introspectiva. No momento em que expressamos nossos sentimentos, eles se manifestam como emoções.

Na medida em que aprendemos a prever as consequências de nossas escolhas, podemos nos responsabilizar por elas. Desta forma, analisamos nossos sentimentos. Ganhamos autoconfiança e coragem.

No entanto, podemos refletir o quanto quisermos e pudermos, mas, quando chega o momento de decidir, não há como evitar o frio na barriga diante do salto no escuro... Primeiro, porque toda experiência é única - não temos como buscar garantias nas experiências alheias e depois, só quando nos tornamos o novo é que sabemos que cara ele tem!

4 Non Blondes - What's Up




"And so I wake up in the morning
And I step outside
And I take a deep breath and I get real high
And I scream from the top of my lungs
What's going on?"

domingo, 5 de março de 2017

Pão na Chapa: eleito para o Grêmio Estudantil


Com 83 votos, a candidatura da Pão na Chapa foi efetivada como Grêmio Estudantil de 2017 do Indi. A diplomação e o início das atividades dar-se-á na semana vindoura.
Parabéns aos eleitos e preparem-se para honrar o digno trabalho de representação política dos estudantes do Ensino Fundamental II do INDI.

sexta-feira, 3 de março de 2017

Conhece-te a ti mesmo



        Sócrates viveu em Atenas no século V a.C. É considerado o pai do racionalismo ocidental. Nada escreveu em vida. Tudo o que sabemos dele foi graças a seu discípulo Platão. Ao contrário dos primeiros filósofos gregos, que se preocupavam com os problemas da natureza, Sócrates rendeu homenagem aos problemas morais. Apesar disso, suas idéias foram assimiladas pelas ciências do mundo ocidental. Foi com ele que a civilização ocidental aprendeu que a ciência (epistême) só tem sentido se é fundamentada em verdades universais. A verdade deve ter validade em qualquer lugar, em qualquer tempo e para qualquer indivíduo. Graças a ele que a civilização ocidental começou a valorizar a razão, a verdade e o conceito.
        Sócrates era filho de uma parteira e ensinava filosofia em praça pública. Ele usava uma túnica, costumava caminhar descalço e não tinha o hábito de tomar banho. Ficava as vezes horas parado, imóvel, filosofando sobre algum problema. Dizia que filosofava a serviço de Deus e do cuidado da alma. A filosofia era para ele uma forma de espiritualismo. Ao questionar valores, modos de ser e pensar Sócrates encontrou muitos inimigos. Por isso foi condenado à morte. Foi acusado de corromper os jovens de Atenas e de questionar os deuses da cidade. A história de sua condenação foi contada por seu discípulo Platão no famoso livro “A apologia de Sócrates”. Este livro descreve a defesa de Sócrates diante do tribunal de Atenas.
       Por meio de perguntas Sócrates interpelava os trausentes em praça pública e ali discutia os mais diversos assuntos: O que é o bem? O que é a justiça? O que é a virtude? Toda sua filosofia estava a serviço do conhecimento do homem e de sua vida moral. Seu espiritualismo afirmava-se no “conheça-te a ti mesmo”. Essa mensagem estava escrita no templo de Apolo. O conhecimento de si mesmo implicava o conhecimento de nossas ações, de nossos desejos e de nossa vida moral. Para ele, a sabedoria consistia em vencer a si mesmo e a ignorância em ser vencido por si mesmo. Sua indagação principal era sobre “a justa vida” e o “viver bem”. Uma vez lhe perguntaram qual lhe parecia a melhor tarefa para o homem. Ele, sem rodeios, respondeu: viver bem. Mas viver bem para Sócrates não era viver dos prazeres e da ociosidade, mas viver da contemplação do conhecimento e do cuidado de si. Por toda parte Sócrates ia persuadindo a todos, jovens e velhos, a não se preocuparem exclusivamente, e nem tão ardentemente, com o corpo, a beleza e a riqueza. Dizia que devemos nos preocupar mais com a alma para que ela seja quanto possível melhor. Ele identificava a virtude com o conhecimento. Afirma que ninguém faz o mal porque quer, mas por ignorância. Ninguém erra voluntariamente. Somente o ignorante não é virtuoso. Todo homem que conhece o bem é virtuoso. Ser virtuoso para Sócrates é conhecer as causas e o fim das ações permitindo uma vida moral e virtuosa em direção a ideia de bem. Por isso, ele defendia a ideia de que a melhor forma de se viver era cultivando o próprio desenvolvimento ao invés de buscar os prazeres e os bens materiais. É necessário se conhecer melhor para ser feliz. “Conheça-te a ti mesmo”, essa frase emblemática é o fundamento de toda felicidade aqui na terra. Sócrates aconselhava seus discípulos a se autoconhecerem, pois somente assim as pessoas sairiam da caverna, das trevas de seus espíritos, para alcançarem a luz, a verdade e a felicidade. Quando nos conhecemos dificilmente agimos por impulso, dificilmente somos dominados por nossas paixões, mais resolvidos e determinados somos em nossos objetivos. Conhecer a si mesmo significava que devemos nos ocupar menos com as coisas desse mundo, como riquezas, fama e poder, e nos preocuparmos mais com o cultivo de si, cultivando o conhecimento para contemplar o bem, o belo e a verdade. Somente assim seremos felizes.

Pão na Chapa