terça-feira, 22 de setembro de 2015

Igualdade, Isonomia, Justiça e Ética

Mais uma excelente representação que circula na rede para se entender o princípio de isonomia: tratar com igualdade de condições aqueles que têm condições iguais, mas praticar discriminação positiva quando a igualdade de tratamento amplia desigualdades sociais, pois caso contrário o princípio de isonomia não se estabelece. Ou fazendo uma leitura generosa a um pequeno trecho de Oração aos moços*: “Tratar com desigualdade a iguais, ou a desiguais com igualdade, seria desigualdade flagrante, e não igualdade real”.
Neste sentido a política de cotas por exemplo, numa sociedade racista, onde o racismo produziu pobreza e desigualdade, é um modo de buscar a isonomia, a real igualdade de condições perante à lei. A política de cotas para o gênero feminino numa sociedade machista visa o mesmo etc. Ou como conseguiu explicar com maestria o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos**:
Temos o direito a ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito a ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza. Daí a necessidade de uma igualdade que reconheça as diferenças e de uma diferença que não produza, alimente ou reproduza as desigualdades.

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